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Foto do escritorEvelyn Bandeca

Luedji Luna estrela capa de primeira edição totalmente digital da Glamour Brasil

Em um papo pautado por muito afeto, a cantora baiana falou sobre a importância ancestral de Salvador em sua carreira e reforça sobre a riqueza cultural para muito além do circuito turístico e da folia. Além disso, também abriu sua visão sobre maternidade, pandemia, feminismo e luta antirracista. O editorial traz essas referências em cliques belíssimos, clicados em Salvador, é claro! Confira abaixo alguns trechos da entrevista:


Glamour: De que forma a pandemia tem impactado sua vida?

Luedji Luna: “Impactou minha autoestima porque o que eu tinha de sólido na carreira é o público. Vim para São Paulo sozinha. Não sou filha de ninguém e o que eu consegui, e acho muito bonito na minha carreira, é o público. Agora não tenho o feedback que eu tinha. Não vi mais o sold outdos shows, nem as pessoas cantando as minhas canções. Foi difícil ficar sem esse parâmetro”.

Glamour: Ser mãe impactou também sua autoestima?

Luedji Luna: “Sim. Sempre fui magra, meu biótipo era de modelo. Aí engravidei e fiquei encorpada, linda. Estava me sentindo muito gostosa. Os hormônios equilibrados, a pele ótima. Mas, depois que vem o parto, o nascimento, é difícil. Você tá ali com tudo muito novo, o peito vazando, a olheira de quem não dorme... Você não se sente muito bonita no início do puerpério. Quando já está mais habituada com a dinâmica da maternidade, começando a se cuidar e passando daquela fase em que só fica acamada dando teta para o bebê, só aí rola fazer um skincare, se cuidar”.

Glamour: Mulheres pretas sofrem as consequências de uma pressão estética somada ao que o racismo dita como belo, que são as mulheres brancas. Tem como essa relação com a própria imagem ser mais leve?

Luedji Luna: “É um processo. Sempre tive autoestima superbaixa. Estudei em escolas particulares e, mesmo em Salvador, uma cidade negra, eu era uma das únicas nesses espaços e sempre fui a feia. Era a que ninguém chamava para dançar, a que não pegava ninguém, não ficava com ninguém. Só beijei aos 17 anos. Minhas amigas brancas eram supercortejadas e eu era uma planta. Isso foi minando minha autoestima. O que foi muito difícil pra mim nem foi reconstruir, mas construir mesmo e me enxergar nesse lugar de beleza, de ser um objeto de desejo para o outro”.

Glamour: Como sente o sucesso de “Banho de Folhas”, que fala da sua busca por um pai de santo?

Luedji Luna: “Não esperava que essa música fosse hitar não, mas fico muito feliz. É por causa dela que muitas pessoas me conhecem, e isso tem força dentro de um país racista onde um dos atravessamentos desse racismo é o preconceito com as religiões de matriz africana. Ver pessoas que desconhecem essas matrizes cantando a letra é dar sentido ao meu movimento de disputa de narrativa e de reconstrução de imaginário. Eu quero tirar essas religiões desse lugar marginal e demonizado e colocar num lugar de alegria, de axé”.

A entrevista na íntegra está disponível no site da Glamour: https://glamour.globo.com/

Créditos:

Texto: Bruna Cambraia

Foto: Edgar Azevedo

Styling: Caroline Costa

Beleza: Joyce Oliveira (make) e RB Tranças (cabelo)

Produção de moda: Zazá Pecego

Edição de arte: Victoria Polak

Set Designer: R91

Produção executiva: Bruna Palma

Coordenação de produção executiva: Carolina Meirelles

Assistente de produção executiva: Sara Lage

Assistentes de fotografia: Bernardo Conceição e Rafael Zuanny

Assistente de cabelo: Filipe Santos

Assistente de set design: @easyvice

Camareira: Verena Ferreira

Guia: Nanda Rachell

Agradecimentos: O2O PR, Agência Let's GIG e Fera Hóteis

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